Uma
taça de vinho. Outra taça de vinho. Uma dose de whiskey. Duas de
amarula. Mais uma de whiskey. Não, não se trata de uma balada na noite
de Nova York, mas sim do voo São Paulo - Joanesburgo, para a cobertura
da Copa de 2010. Eu e meu amigo tomamos tudo isso, na expectativa de
diminuir a ansiedade e - mais importante - fechar um pouco os olhos
durante as doze horas de voo. Tudo em vão!
Sempre
que viajo a trabalho, me preocupo com as horas de sono no percurso. O
motivo é simples: tão logo chego ao destino, tenho de começar a
trabalhar. Como ocorreu no Equador, quando fiz um link para o jornal do
próprio aeroporto. Foi o tempo de abrir a mala no saguão, vestir uma
camisa e um blazer, passar um pó no rosto para esconder a barba que já
dava sinais de ter crescido e, é claro, apurar o que estava acontecendo.
Nesta
ânsia de descansar no ar, já tentei umas receitas que minha
prima-médica obviamente não iria aprovar. Tomar remédio para enjoo mesmo sem estar com o estômago embrulhado; antialérgico, até quando meu nariz está funcionando
maravilhosamente bem; relaxante muscular, inclusive sem ter dor em nenhum
músculo... Claro que nunca misturei tais medicamentos! Não sou tão
louco... eu acho.
Agora mesmo, escrevo este
texto durante o voo para a África do Sul, para cobrir a cúpula do
Brics. Entrei no avião às 11h. Ficarei aqui ao todo por 16h! Minha opção
hoje foi o vinho. Logo cedo, mesmo - o que surpreendeu a passageira ao
meu lado. "Um alcoólatra", deve ter pensado. Pricipalmente depois que -
desastrado como sou - derrubei metade do copo em cima dela!
Mas,
confesso que parei neste primeiro meio-copo. Agora já se passaram 7h30
de voo, me mantenho acordado e - o mais importante - sóbrio. E também
sem enjoo, alergia ou dores pelo corpo. Afinal, na minha mala
despachada, ainda tenho bastante pó para cobrir as olheiras. E o café de
Durban dará conta de mandar o sono embora. Espero!