quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bilhete único mundo afora


Hoje zerei meu bilhete único. Fui almoçar no Mercado Municipal de São Paulo com uns amigos. Eles, de carro. Eu, de metrô. E zerei meu bilhete único.

Tenho de admitir: gosto de transporte público, principalmente do metrô. Lembro quando era criança, e foi feita a extensão da linha 3 (na época apenas linha Vermelha) até Itaquera (na época já Corinthians, apesar de não ter sinais de um estádio por lá). Fiz um "passeio" com meu pai até a última estação, apenas para conhecê-la, um programa que encantava os meus olhos.

E este programa me acompanha desde então, com algumas adaptações. Agora, quando viajo para uma cidade que tem metrô, faço de tudo para andar nele. Cada um tem sua particularidade, sua marca registrada.

Em Madri (foto), algumas estações são tão próximas que é possível, da plataforma de uma, ver a seguinte. E, dentro do vagão, uma voz anuncia: "Atencion, estacion en curva. Al salir, tiene cuidado para no introducir el pié entre coche y andén." Sim, eles se preocupam com os nossos pés!

No Porto, em Portugal, não há catracas. É preciso validar o bilhete em uma máquina antes de entrar, na base da confiança mesmo, algo que nunca daria certo por aqui. Até há ávisos de fiscalização nos vagões. No que eu estava, entraram dois fiscais, mas nada de me pedirem o bilhete.

Mesmo quem nunca esteve no metrô de Roma dificilmente vai se sentir desorientado. Não porque as duas linhas sejam pequenas. Mas os avisos deixam seguro até o mais atrapalhado dos turistas (adianto que não é o meu caso!). Dentro dos vagões, naquele mapa de estações em cima da porta, uma linha vermelha mostra de que lado o passageiro deve desembarcar. Não é preciso esperar uma voz do além nos alertar.

Na capital dos EUA, a curiosidade está no preço da passagem. Em Washington D.C. cobra-se por distância percorrida. Ao comprar o bilhete, é preciso fazer um cálculo do trajeto, para pagar o valor exato - ou um pouco mais, com direito a ficar com o restante de crédito. Na estação em que for descer, antes de sair do metrô, basta passar novamente o bilhete, para aí sim ser debitado o valor.

Agora, no quesito surrealismo, ganha disparado o metrô de Buenos Aires. Trata-se de um dos mais antigos do mundo, de 1913. E basta uma volta nele para ver que a antiguidade continua presente. A impressão que eu tive ao andar na linha A é de que tinha voltado aos tempos do bonde. Todo o vagão é de madeira. A iluminação, precária, vem de lustres no teto, como o daqueles casarões paulistanos do início do século passado. As portas são abertas pelos próprios passageiros, ou seja, antes mesmo de o trem parar, já há pessoas subindo e descendo. A única vantagem é o preço: cerca de cinquenta centavos de real. Nem preciso dizer que zerei meu "bilhete único" muitas vezes em Buenos Aires...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom dia

    Hoje fiz uma viagem virtual pelo mundo dos transportes subterrâneos (rs), estou gostando da diversidade de assuntos e da pitada de humor nos seus textos. Não são para achar um pouco engraçado? (rs) Me desculpe, mas acho legal e a leitura fica leve e interessante. Parabéns.

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  3. Valeu!!!! Tento dar uma pitada de humor quando o assunto permite... Aos pouco pego o jeito rs. Abraço

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