segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Gentileza a bordo

Dez horas de voo pela frente, apertado entre vários assentos. Era assim que estava vendo a minha vinda para Nova York. Para quem tem 1,94m de altura, viajar de avião se torna um pesadelo do ponto de vista do conforto.

Como o dinheiro é curto, sempre viajo de classe econômica. Mas, para me sentir um pouco melhor, peço para sentar na saída de emergêcia -- onde o espaço para as pernas é maior. Já sei até de cor as instruções para a abertura da porta, em mais de um idioma. O que não sei é qual seria a minha reação se precisasse fazê-lo... e nem pretendo descobrir!

Mas, voltando ao voo para Nova York, eis que tentei ficar na saída de emergência. E eis que vi que a companhia aérea criou uma categoria chamada "economy comfort", um assento na classe econômica só que um pouco mais confortável. Onde? Bem na saída de emergência.

Aí entra o detalhe: o tal assento confortável custa mais do que o normal. E, como já disse, o dinheiro é curto. Resultado: melhor ir espremido mesmo.

Subi no avião, sentei no fundão, e a comissária americana me perguntou se eu estava viajando sozinho. Hummm... interessante.... Mas não, ela não queria me fazer companhia, apenas perguntou se eu podia trocar de lugar com uma passageira que viajava com um cachoro - um destes micros, sedado numa espécie de gaiola. A garota ao lado dela tinha medo do cãozinho. Bem, como eu já estava espremido naquele assento mesmo, pior não podia ficar, logo, mudei, e fui mais pro fundão ainda.

Cinco minutos pra levantar voo, a comissária americana reapareceu perguntando se eu queria mudar de assento de novo. Hummmmm... interessante... Mas, não , não era pra ficar ao lado dela. Aceitei, peguei minhas coisas e lá fui de novo mudar de assento. Só que desta vez, lá estava ele à minha espera: o tal do assento econômico conforto. TInham uns 7 disponíveis no voo.

"Você foi muito gentil em trocar de lugar com aquela mulher, merece sentar aqui", disse a comissária. Fiquei surpreso e feliz. Afinal, para mim foi algo totalmente normal trocar de lugar, mas pelo jeito eles não estão acostumados a isso. Tanto que, mais tarde, um comissário passou ao meu lado e perguntou se eu era o "passageiro gentil". Minhas pernas é que agradecem tal gentileza!

3 comentários:

  1. hummm interessante...espero q, no final, não tenha ficado com a companhia do comissário.rsrsrs brincadeira
    Aaaah,a boa e velha lei do retorno...sempre acreditei nela. Faça seu melhor que o melhor tb virá, não?
    Conhecendo vc, em matéria de gentileza, sempre merece. Well done queridôncio.

    ResponderExcluir
  2. Muito criativo, talento nato em fazer dos fatos normais e cotidianos textos interessantes, já pensou em começar a escrever livros? A pitada de humor é ótima. Observo um detalhe o tal cachorro estava com mais moral do que você neste voo (rs), ele não viajava sozinho e ainda tirou você (uma celebridade do jornalismo) do seu assento, eita cachorro poderoso....rs

    ResponderExcluir
  3. Esperando o próximo texto...rs será que a minha dica ainda está em pauta? (rs) abraços

    ResponderExcluir