segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Duas histórias, um sentimento

Um, dois, três corpos, ali, na minha frente, sendo retirados de uma represa. Pai e filhas mortos afogados, durante um passeio de férias. Eu, com um misto de tristeza e constrangimento, tentava tirar alguma palavra da viúva para a reportagem. Mais me desculpava por estar lá em um momento tão difícil do que fazia alguma pergunta.
A cena aconteceu quando cobria férias em uma afiliada da TV Globo em São Paulo, e serve para mostrar esta ebulição de sentimentos que ocorre na rotina jornalística. Sim, jornalista tem sentimento (por mais que, muitas vezes, pareça o contrário). Deve ter, e deve mostrá-lo! É com sentimento que fazemos nossas matérias, que construímos e narramos textos. Contamos histórias sobre pessoas para outras pessoas.
Um exemplo disso é o programa Aconteceu, que vai ser exibido hoje à noite, na RedeTV!. O tema: desenganados. Uma das histórias sou eu que conto. A saga dos pais que receberam a notícia de que o filho, portador de uma doença no coração, não teria muitos dias de vida. Não há como não se envolver com o relato, seja ao ver a mãe relembrar que chegou a desistir de lutar pelo filho, ou ao me deparar com os olhos do pai, cheios de lágrimas, um convite para que meus próprios olhos também ficassem marejados. Impossível não ter esta reação. Quando isto não ocorre, aí sim é sinal de que algo está errado.
Ao contrário da história da família da represa, a do garotinho tem um final feliz. Em comum, as duas têm uma coisa: sempre irão me emocionar!

6 comentários:

  1. Marcelo,
    Amei o seu blog. Suas palavras, impressões e expressões são admiráveis.
    Quando fazemos com amor obtemos resultados diferenciados.
    Você tem talento!!!Parabéns e muito sucesso sempre!!!
    Beijos,
    Martha Medeiros

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  2. Depois das sábias palavras citadas pela Marta Medeiros ... O que me resta é Parabenizá-lo!!
    Beijos
    Karina

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  3. Amei! Vou acompanhar o blog.
    Espero que esteja tudo bem desse lado do mundo...
    Beijos brasilienses, Sel

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  4. Concordo! Temos sentimentos sim. As vezes os piores possíveis, mas não deixam de ser sentimentos! ;) rs. Brincadeiras a parte, é o que eu falo: é isso o que distingue os repórteres dos outros jornalistas, a capacidade de - mesmo se emocionando - seguir em frente e repassar a história ao público. Privilégio de poucos. Eu, certamente, não conseguiria!

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  5. Obrigado, vocês só me incentivam a escrever cada vez mais...

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