Bloco e caneta nas mãos. As perguntas na cabeça. Só faltava uma coisa: a coragem para parar as pessoas e entrevistá-las. Assim, fiquei uns quinze minutos olhando o vai-e-vem na rua, em uma das primeiras reportagens que precisei fazer para as aulas de jornalismo na faculdade. Resultado: nada de respostas, nada de texto.
Lembrei-me desta história por causa da capa da revista Time, sobre timidez. Não tinha como não me identificar com o texto escrito por um repórter americano, também tímido, que admite sua introspecção logo nos primeiros parágrafos. Tanto que coloquei a imagem da revista na timeline do meu facebook. E uma amiga dos tempos de colégio escreveu: "Parece um menino com quem estudei no São Luis".
Aquele menino, na época com uniforme, ia estudar na casa de uma outra amiga, e ficava roxo toda vez que a mãe dela entrava no quarto. Até hoje, quando a gente se encontra, essa lembrança é motivo para boas risadas.
Quem estudou comigo no colégio, hoje me vê trabalhando em televisão, na frente das câmeras, e sempre me pergunta, impressionado: "Onde foi parar aquela timidez toda?". E eu respondo: "Continua no mesmo lugar".
Como diz a reportagem da revista Time, a sociedade atual pede que as pessoas sejam extrovertidas. Talvez por isso tenha conseguido me adaptar. Digamos que eu finjo muito bem! E, é claro, ter escolhido o jornalismo como profissão também contribuiu. Para um introvertido, trabalhar com comunicação é um enorme desafio diário.
O menino dos tempos do colégio apenas mudou de uniforme: hoje veste terno e gravata, e anda com uma câmera e um microfone nas mãos. Só que o rosto… esse ainda muda de cor com a maior facilidade.
e muda mesmo de cor...principalmente quando ouve...you are a handsome man...Adorei!
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