quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sobre Luiza, supostos estupros e sabão em pó...

Cena 1

Abro o facebook, e, entre milhares de mensagens de auto-ajuda, correntes e coisas do gênero, vejo a seguinte colagem: embalagens de margarina, embalagem de sabão em pó, um dedo apontando pra minha cara, uma garrafa de bebida alcoólica, entre outras imagens. Não entendo nada.
No dia seguinte, a colagem se prolifera no perfil de vários amigos. Continuo sem entender nada, e, pior, com vergonha de perguntar a alguém o que aquilo significa.
Mais um dia, e, além da colagem, também temos um vídeo com um certo cantor e uma certa música, em vários idiomas. Música essa que, óbvio, fica grudada na minha cabeça...

Cena 2

20h37, chego em casa, carregando três sacolas de compras do supermercado. Tiro o celular do bolso, e vejo a luz vermelha acesa, sinal de nova mensagem no whatsapp.
"Tá acompanhando as notícias do Brasil? Só bomba agora de noite."
Largo leite, ovos, carne, tudo no chão. Rapidinho, ligo o computador, e entro em três sites de notícias. Invasão de morro? Deslizamentos? Impeachment? Procuro, procuro, procuro, e nada de anormal. Respondo, no celular.
"O que houve? Acabei de chegar em casa."
Aí sou informado de que a polícia havia entrado em uma certa casa de um certo programa de tv por causa de um certo participante envolvido em um suposto estupro…

Cena 3

Leio no twitter um amigo falar que a Luiza está no Canadá. "Que bacana", penso, apesar de não saber de quem se trata.
Leio no facebook um amigo comentar que todos têm obrigação de ir ao aniversário dele, menos a Luiza, que está no Canadá. "Eu também não, afinal, estou nos EUA", penso, apesar de continuar sem saber quem é a Luiza.
Leio em um portal de notícias a repercussão no Brasil inteiro sobre o fato de Luiza estar no Canadá. "Eu PRECISO saber quem é a Luiza!". Com as mãos tremendo, os olhos procurando em todos os cantos da tela, quase em surto, acho um vídeo, com um certo comercial de um certo estado, mostrando uma certa família sem uma certa filha, que estava no Canadá…

Nessas horas, os quatro meses que eu estou longe do Brasil parecem se transformar em quatro anos, quatro décadas, quatro séculos… Já não sei mais o que se passa por lá… E sinceramente: nem sei se vale a pena saber!

3 comentários:

  1. Faz o que te falei, viva Nova York, curta, desliga, aproveita o primeiro mundo! beijos

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  2. Ou quatro minutos, Má. Pra ver que tudo continua a mesma coisa!

    Beijão,
    Lu

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  3. Sinceramente?
    Todas notícias que valem um ou outro comentário... numa mesa de bar. E bêbados! rs

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