quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Caracas! Que fome...

Não sei se é a adrenalina ou a pura falta de tempo, mas quando estou na correria do trabalho, termino não sentindo muita fome. Às vezes ela até aparece, mas logo vai embora. Só que quando volta…

Foi mais ou menos o que ocorreu no último domingo. Local - Caracas. Motivo - cobertura das eleições presidenciais venezuelanas. Havia acordado cedo, percorrido a cidade atrás dos locais de votação, sido ameaçado por cidadãos (história para outro post), mandado o material pro Brasil e ainda aguardava a apuração do resultado. Eis que ela chegou.

Eram oito da noite. Havia terminado uma participação por telefone para o programa especial das eleições e ainda tinha alguns minutos antes da próxima entrada. Resolvi sair para comer algo. A minha ideia era ir a um fast-food, comprar um lanche e voltar para o Hotel.

Dois minutos de caminhada, e me deparei com portas fechadas. Não só de um, mas de vários fast-foods. Fui a um restaurante, nada. Tentei o bar da outra esquina, ninguém.

Voltei para o hotel, inconformado, e pedi ajuda à recepcionista. Ela me recomendou um restaurante que "certamente" estaria aberto. Andei três quarteirões, e constatei que nada é certo nesta vida. Na volta, vi a luz de uma pizzaria acesa. Meu estômago sorriu! Perto da porta, achei o local meio vazio. Estranhei. Cheguei mais perto e… um alarme disparou. Sim, eu era o responsável por todo aquele barulho.

Olhei em volta, nada de polícia - ufa! Estavam todos fazendo a segurança das eleições - ou procurando um lugar pra comer, sei lá. No hotel, questionei novamente a recepcionista, que me passou telefone de pizzarias. Liguei para todas, nada. No quarto, olhei o frigobar: bebidas alcoólica. 'Não", pensei. "Ainda tenho entradas ao vivo."

De volta às ruas, tentei o hotel do lado (já que o restaurante do meu hotel estava fechado). Dei sorte - a cozinha ia fechar em poucos minutos. Foi o tempo de prepararem dois sanduíches e uma sobremesa, enquanto, ali do lobby mesmo, eu atualizava os telespectadores sobre a expectativa da apuração. Voltei ao hotel.

Enquanto as emissoras venezuelanas noticiavam a vitória do socialismo, eu comemorava a minha batalha contra a fome, comendo ele, um dos símbolos do capitalismo norte-americano - um hambúrguer com batatas-fritas.

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