terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Duas semanas, duas posses

Em menos de dez dias, pude cobrir duas posses presidenciais. Uma, em que o re-eleito estava lá. A outra, em que ele não estava. Washington e Caracas me trouxeram bons aprendizados.

Começo pela posse do presidente Barack Obama. O número de espectadores em frente ao Capitólio, estimado em 800 mil pessoas, foi de encher os olhos. E olha que havia um milhão a menos do que há quatro anos. Nem parecia…

O nome do chefe da nação era estampado nos gorros e cachecóis usados para espantar o frio de zero grau. A cada entrevista, histórias de pessoas que se inspiravam na história que acontecia ali, na minha frente. Choros, sorrisos, uma população que transbordava patriotismo no hino nacional ou na bandeira levantada a todo instante.

Já na posse de Hugo Chávez, a ausência do mesmo nem parecia ser notada nas ruas de Caracas. Desde cedo, apresentadores da tv estatal usavam camisetas com a foto do comandante para apresentar os telejornais. O mesmo rosto estampava bandeiras, cartazes e inúmeros acessórios na capital do país.


No centro da cidade, um homem solitário e seu violão entoavam hinos pela saúde do presidente. Em frente ao Palácio Miraflores, o próprio povo era empossado no governo, como se personificando a democracia. Ali, as pessoas também se inspiravam na história: do passado do revolucionário Simón Bolívar, e também no atual combate ao câncer de Chávez, motivo da sua ausência.

Em meio às diferenças que separam os dois países, havia diversas semelhanças, das expressões, paixões e sentimentos em seus habitantes.
Pessoas frágeis e esperançosas. Seres-humanos, como cada um de nós.

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