terça-feira, 16 de julho de 2013

A caixa e o sexo

Quem conhece o romance Tieta, de Jorge Amado, certamente se lembra do mistério envolvendo a caixa que a personagem Perpétua guardava no armário - e que atiçava a curiosidade dos moradores de Santana do Agreste.

Pois bem, semana passada foi a vez de Nova York ganhar um mistério parecido. Uma outra caixa, maior que a da ficção, mexeu com a imaginação das mais variadas pessoas. Qual o segredo escondido lá? O sexo do bebê Araújo.

Deixe-me explicar a história. Um casal de amigos está esperando o 2o filho. Quando grávidos do 1o, aguardaram o parto para descobrir que era um menino. Durante a gravidez, a cada ultrassom os dois ganhavam um torcicolo de tanto virar o pescoço na hora em que o sexo estaria evidente no monitor.

Desta vez, não aguentaram esperar. E decidiram compartilhar a informação numa "festa de revelação do sexo". Alguém mais desavisado - como chegou a ocorrer - poderia imaginar que se tratava de uma reunião, digamos, contra a moral e os bons costumes. Uma festa de nudismo, quem sabe. Ou até mesmo a oportunidade de um enrustido sair do armário e se revelar ao mundo.

Mas a festa - novidade para mim e para muitos ali presentes - era o momento em que todos, inclusive os pais, ficariam sabendo qual o sexo do bebê. Para isso, um balão, azul ou rosa, sairia de uma enorme caixa no momento em que ela fosse aberta pelo outro filho do casal.

O exame de ultrassom foi entregue na 4a-feira para uma amiga. E claro  que não faltaram curiosos querendo arrancar dela o resultado - inclusive eu! Mandei diretas e indiretas por email, facebook e whatsapp. Pessoalmente, fiquei durante três horas, num jantar, procurando arrancar um ato falho. E a única coisa que descobri é que não sou um bom jornalista investigativo...

No sábado, na casa dos anfitriões, os convidados estavam divididos:  uns usavam roupa rosa, outros, azul. Mas também havia quem preferisse o laranja ou o verde com bolinhas brancas, talvez por causa de um daltonismo ou por achar que o bebê apareceria na foto com a perna cruzada.

No momento tão esperado, a enorme caixa foi aberta. Dela, saíram balões brancos, amarelos e o revelador azul. Tal como aquela cobrança decisiva de pênalti, houve muita comemoração, e também alguns rostos mais frustrados. 

Pelo menos o conteúdo desta caixa não escandalizou os convidados, tal como ocorreria se fosse aberta a de Perpétua. Se você ainda não se lembrou do que havia lá, melhor fazer uma busca na internet - afinal, este blog ainda respeita os bons costumes...

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